segunda-feira, 28 de julho de 2008

Crianças e a arte de viver

A felicidade é como um pássaro selvagem, sempre voa para o lado mais quente e aconchegante. Quando tentamos de alguma forma capturá-lo, ou morre no cativeiro moderno, ou simplesmente foge em busca do velho e doce sabor da liberdade. O que fazer em mundo em que, quanto mais procuramos sentimentos bons que nos tragam a felicidade, mais nos deparamos com monstruosidades de caráter complexo e assustador?
Antes, uma das principais causas da busca por consultórios de psicanálise era a falta de coragem e de audácia para agir conforme as vontades próprias. Mudanças nas estruras sociais, comprovam que agora, como se já não bastasse o sentimento de insegurança, quanto a assumir-se, o ser o humano já não sabe o quer, ou talvez nunca soube. Alguns transformam a vida numa busca infidável ao encontro do amor a principal forma de felicidade (dor para alguns). É tolice pensar que o amor é dor, isso só se encaixa a quem não sabe amar. E mais uma vez a maldição do pessimismo tenta corromper o que há de bom. É certo que corremos o risco de sofrer quando nos deixamos cativar, tal fato é importante para que o tempo nos ensine a valorizar e fortalecer os laços, portanto experimentar o amargo é bom para que se saiba o que é doce, assim diriam os empiristas.
Enquanto valores fúteis e os objetos supérfluos dominam a sociedade por meios etnocêntricos e midiáticos, a simplicidade vai se perdendo, e com ela o sentar para jantar, o cumprimentar, o desejar de um bom-dia e até os pedidos de desculpa e por favor! Indubitavelmente, há um estreitamento nas relações afetivas atuais, claro que existem exceções, mas ampliando a visão a era da rapidez e a busca incessante de conforto acaba por separar aquela que é o alicerce social, a instituição familiar.
Não se pode exigir o retorno de economias incipientes, muito menos a regressão tecnológica para que haja uma maior cumplicidade entre as pessoas. Simplicidade de um olhar, o abrir de um sorriso, o agradecer por um bom dia, mostrar que quem tá ao seu lado é muito importante pra você, são lições simples que infelizmente não ensinam na escola, a vida se encarrega mostrar. Talvez deva ser como um dos maiores líderes da história disse, devemos ser como crianças... crianças que com gestos verdadeiros e puros são capazes de dar vida a epitáfios ambulantes.

Um comentário:

Paulo César di Linharez disse...

Gostei dos epitáfios ambulantes,
Mas não sou muito adepto a esse eudemonismo.