sábado, 27 de setembro de 2008

Mais uma...

Mais uma crônica boba e sem nexo.

A honestidade soa aos nossos ouvidos como um suave concerto campestre de violinos, precisa-se manter cada nota em minunciosa harmonia. Tocar nessa orquestra não é tão difícil quanto parece, é mais ainda. Fazer ecoar cada nota sob o vento é um exercício maior do que simplesmente ter aptidão, é dispor de prática.
Sociedade suja, corrupta, desonesta... você com certeza já ouviu uma dessas "notáveis" adjetivações, são estereótipos mal embasados por culpa de insucessos em concertos, de notas desafinadas a instrumentos utilizados de forma indevida por representantes. Esses por sua vez não treinaram a lição-de-casa e transformaram o grande espetáculo musical em uma esdrúxula apresentação circense, afinal o palco é o reflexo dos ensaios.
A fina sintonia do poder e a corrupção quer sufocar resquícios do otimismo - sim, estamos falando do Brasil -, o pouco que restou se tornou ameaçado, os campos foram devastados... e os sons? Abafados pela comodidade como um grito sufocado.
Não cresci ouvindo melodias, tampouco orquestras harmoniosas e sim os estridentes berros da minha mãe quando hesitava; disse para fazer sempre o que é certo por mais que o mundo pareça uma enorme barreira. Ela não percebeu, mas com gestos nada suaves, me entregou a educação... porque a música, a música não pode parar.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A arte de viver bem

Aprender; foi-se o tempo em que saber era o bastante para garantir uma vaga no então sonhado mercado de trabalho. O cidadão se remete a livros e mais livros para então ir ao encontro da árdua vida moderna. Por em jogo o bem-estar vale o sacrifício?
É inegável que os aglomerados urbanos passaram por uma metamorfose intensa e rápida. O processo foi tão explosivo que a muitos autores convêm chamar de "boom" urbano. Mudanças nas estruturas das grandes cidades influenciaram diretamente nas novas tecnologias implantadas, nos setores economicos produtivos e, conseqüentemente, na qualidade de vida dos habitantes. A jornada de trabalho diminuiu, as leis trabalhistas tornaram-se mais rígidas, mas essa série de medidas não acompanham o bem-estar da maioria da população.
Com as duas primeiras revoluções técnico-científicas, as primeiras cidades baseadas em modernos padrões de produção - voltados para a DIT - foram criadas. O sistema feudal caiu gradativamente com revoluções locais ou em massa, as pessoas migraram para perto da indústria e em um ambiente deplorável, ruelas e calçadões não havia burguês, nobre ou servo, só habitantes em busca da ascensão econômica. O mau desenvolvimento urbano unido à ávida busca de capital por questões adaptativas deu margem ao nascimento da sociologia, essa que busca explicar a interação do homem e do meio em que vive.
Ilogicamente, o jovem desprende horas do seu dia para construir sobre alicerces algo que vai desfrutar no futuro. Afinal quem não deseja a estabilidade? Noites sem dormir, stress, dimuição das relações interpessoais são características marcantes deste contra-senso que é a vida moderna. Essas por sua vez prejudicam o que é primordial, a saúde. Chegada a terceira idade- ou até antes - a luta pela ascendência se reverte na recuperação da saúde; é tarde. Manter o padrão de vida aceitável com a globalização do capital faz dos centros urbanos a selva sem distinção de presa ou predador.
O capitalismo nasceu, cresceu e hoje goza de plena soberania e com ele é normal que haja a constante renovação do mercado de trabalho de acordo com as tendências consumistas. Tolice seria dizer a um pai para de trabalhar e se dedicar à familia, porque é pensando nela que se sacrifica. O esforço vale desde que haja moderação.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Uooow

Fiquei muito feliz em saber na festa de Paulinha Praddo que lêem o meu blog, deliciosamente fútil convenhamos, enfim, muito obrigada! :*

sábado, 9 de agosto de 2008

Canção para quando te encontrar

Se deres um passo na escuridão
Estarei ausente,
Mas ao dar o segundo passo
E em seguida abrir os olhos
Estarei bem a sua frente

Nossos olhares se cruzarão,
E em silêncio nos abraçaremos,
Os lábios se tocarão
E com os corpos ardentes nos amaremos
Com fervor e intensa paixão

Caminharemos de mãos dadas,
a emoção será tanta
Que não conseguiremos falar
Para que falar;
se o coração já fala por nós dois?
Estas são as palavras
que nem os sábios sabem pronunciar,
pois são minhas,
nasceram no meu coração
E meus olhos a você falam

E eu iluminarei o teu caminho,
Por onde andares,
Porque o meu amor por ti
É tão grande como o espaço celestial
E quando nossos corações pararem,
A chama ainda permanecerá,
as testemunhas do nosso amor dirão:
- Foi eterno e eterno continuará.
Nem o Sol, nem a Lua
Nem toda a beleza aqui existente
Irradiarão tanta luz e alegria
Quanto nossa emoção
Palavras do coração.


Marreiros fez, eu adaptei no meio da aula sobre Drummond de Andrade.
Ao meu amor.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Crianças e a arte de viver

A felicidade é como um pássaro selvagem, sempre voa para o lado mais quente e aconchegante. Quando tentamos de alguma forma capturá-lo, ou morre no cativeiro moderno, ou simplesmente foge em busca do velho e doce sabor da liberdade. O que fazer em mundo em que, quanto mais procuramos sentimentos bons que nos tragam a felicidade, mais nos deparamos com monstruosidades de caráter complexo e assustador?
Antes, uma das principais causas da busca por consultórios de psicanálise era a falta de coragem e de audácia para agir conforme as vontades próprias. Mudanças nas estruras sociais, comprovam que agora, como se já não bastasse o sentimento de insegurança, quanto a assumir-se, o ser o humano já não sabe o quer, ou talvez nunca soube. Alguns transformam a vida numa busca infidável ao encontro do amor a principal forma de felicidade (dor para alguns). É tolice pensar que o amor é dor, isso só se encaixa a quem não sabe amar. E mais uma vez a maldição do pessimismo tenta corromper o que há de bom. É certo que corremos o risco de sofrer quando nos deixamos cativar, tal fato é importante para que o tempo nos ensine a valorizar e fortalecer os laços, portanto experimentar o amargo é bom para que se saiba o que é doce, assim diriam os empiristas.
Enquanto valores fúteis e os objetos supérfluos dominam a sociedade por meios etnocêntricos e midiáticos, a simplicidade vai se perdendo, e com ela o sentar para jantar, o cumprimentar, o desejar de um bom-dia e até os pedidos de desculpa e por favor! Indubitavelmente, há um estreitamento nas relações afetivas atuais, claro que existem exceções, mas ampliando a visão a era da rapidez e a busca incessante de conforto acaba por separar aquela que é o alicerce social, a instituição familiar.
Não se pode exigir o retorno de economias incipientes, muito menos a regressão tecnológica para que haja uma maior cumplicidade entre as pessoas. Simplicidade de um olhar, o abrir de um sorriso, o agradecer por um bom dia, mostrar que quem tá ao seu lado é muito importante pra você, são lições simples que infelizmente não ensinam na escola, a vida se encarrega mostrar. Talvez deva ser como um dos maiores líderes da história disse, devemos ser como crianças... crianças que com gestos verdadeiros e puros são capazes de dar vida a epitáfios ambulantes.

sábado, 26 de julho de 2008

Café

O café se não existisse teria que ser inventado. Tem coisa melhor do que aquele aroma provocando os nossos sentidos através de um nas manhãs? Café tem cheiro de regionalismo, tem cheiro de tardes em meio a conversas bobas junto com a família.
O café tem o gosto amargo das mazelas sociais, da vida sofrida no campo. Em mil oitocentos e oitenta e oito o açúcar foi acrescentado ao café... passados anos, nada melhor do que unir o café ao leite.
Colher, torrar, moer, empacotar, transportar, vender, comprar, levar, abrir, filtro coador, cafeteira, gota, gota, gota, copo, café, cheiro, primeiro gole.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Ser poeta

É fazer amor com a vida
E como num gozo
Atear fogo em versos
Com palavras-combustíveis