quarta-feira, 23 de julho de 2008

Esquizofrenia filosófica

Enquanto você diz que o tempo é o senhor da razão, digo que este é o senhor da loucura. Mas a loucura não precisa ser ruim, porque ela não é. Só os loucos, os animais e os mansos se salvam, mas se salvam do que? De quem? Quincas Borba meu amigo, ao vencedor as batatas meu caro!
O tempo passa e sobrepuja toda a razão desperdiçada na busca do eu. Quem sou eu? Eu sou ninguém, eu sou todo mundo, eu não sou, eu hei de ser. Descartes grita ao meu ouvido:
- Tu pensas oras, como podes acreditar que não existes? A maior prova de tua existência se comprova no gastar de teus neurônios.
Coitado dele, já não existe mais... mas insiste em gritar ao meu ouvido. Epistemologia falida, não?!
Não Nietzsche, acalma-te, ainda não elogiei tua filosofia deveras fajuta, exímio crítico da esquematização do pensamento. Agora só pergunto, qual teu método de persuasão? É... acho que a tua máscara caiu. Pode rir a tua derrota, comemora a tua demência como quem ri cavando a cova. Porco imundo!
Ah Sócrates, porque ao invés de comer, não conta o delicioso sabor da cicuta? Por que não ensina sobre o teu nacionalismo? Parabéns, teu orgulho te levou a um lugar realmente longe.
Não Clarice, já disse que teu ímpeto emocional é demais pra mim. Continue a buscar em Sartre que o "inferno são os outros", quando na verdade nós é que somos culpados.
O inferno e o paraíso são projeções nossas, só nossas.
Levantei-me e disse a todos o que havia escrito no papiro:
- Meus pequenos demônios interiores, hei de enfrentá-los! Vou-me embora pra Pasárgada!

Prometo que vou me tratar.

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