quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A arte de viver bem

Aprender; foi-se o tempo em que saber era o bastante para garantir uma vaga no então sonhado mercado de trabalho. O cidadão se remete a livros e mais livros para então ir ao encontro da árdua vida moderna. Por em jogo o bem-estar vale o sacrifício?
É inegável que os aglomerados urbanos passaram por uma metamorfose intensa e rápida. O processo foi tão explosivo que a muitos autores convêm chamar de "boom" urbano. Mudanças nas estruturas das grandes cidades influenciaram diretamente nas novas tecnologias implantadas, nos setores economicos produtivos e, conseqüentemente, na qualidade de vida dos habitantes. A jornada de trabalho diminuiu, as leis trabalhistas tornaram-se mais rígidas, mas essa série de medidas não acompanham o bem-estar da maioria da população.
Com as duas primeiras revoluções técnico-científicas, as primeiras cidades baseadas em modernos padrões de produção - voltados para a DIT - foram criadas. O sistema feudal caiu gradativamente com revoluções locais ou em massa, as pessoas migraram para perto da indústria e em um ambiente deplorável, ruelas e calçadões não havia burguês, nobre ou servo, só habitantes em busca da ascensão econômica. O mau desenvolvimento urbano unido à ávida busca de capital por questões adaptativas deu margem ao nascimento da sociologia, essa que busca explicar a interação do homem e do meio em que vive.
Ilogicamente, o jovem desprende horas do seu dia para construir sobre alicerces algo que vai desfrutar no futuro. Afinal quem não deseja a estabilidade? Noites sem dormir, stress, dimuição das relações interpessoais são características marcantes deste contra-senso que é a vida moderna. Essas por sua vez prejudicam o que é primordial, a saúde. Chegada a terceira idade- ou até antes - a luta pela ascendência se reverte na recuperação da saúde; é tarde. Manter o padrão de vida aceitável com a globalização do capital faz dos centros urbanos a selva sem distinção de presa ou predador.
O capitalismo nasceu, cresceu e hoje goza de plena soberania e com ele é normal que haja a constante renovação do mercado de trabalho de acordo com as tendências consumistas. Tolice seria dizer a um pai para de trabalhar e se dedicar à familia, porque é pensando nela que se sacrifica. O esforço vale desde que haja moderação.

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