sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Músicas...



Estou bestificada ao poder comprovar o poder que uma música tem sobre o consciente imaginario de uma pessoa, ou seja, o escapismo que ela é capaz de gerar. Ao ouvir Djavan, a primeira coisa que me vem a cabeça é um lago, um chá e um grande clássico pra ler, um ambiente de total calmaria.

Nem um dia

Djavan

Um dia frio
Um bom lugar prá ler um livro
E o pensamento lá em você
Eu sem você não vivo
Um dia triste
Toda fragilidade incide
E o pensamento lá em você
E tudo me divide

Longe da felicidade e todas as suas luzes
Te desejo como ao ar
Mais que tudo
És manhã na natureza das flores

Mesmo por toda riqueza dos sheiks árabes
Não te esquecerei um dia
Nem um dia
Espero com a força do pensamento
Recriar a luz que me trará você

E tudo nascerá mais belo
O verde faz do azul com o amarelo
O elo com todas as cores
Pra enfeitar amores gris

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008


Que retorne os jogos no coliseu, estou ociosa demais!

COMENDO LOMBRIGA COM MOLHO DE VÔMITO

Foi num banheiro público que eu vi
Uma cena lindíssima e gostosa
E dessa cena eu nunca me esqueci
Pois mostrava uma imagem saborosa.

Espalhado no fétido banheiro,
Um monte de lombrigas pelo chão,
Lombrigas se estorcendo bem ligeiro
Como se fossem vivo macarrão.

Uns bêbados entraram no local
Sentindo cólicas nas vis barrigas;
Passaram a sentir-se muito mal,
Vomitando por cima das lombrigas.

Que cena em minhas vistas fascinadas!
Que imagem eu me pus a vislumbrar!
Lombrigas pelos vômitos molhadas
Como se fossem pútrido manjar!

Mas não! Eu não queria apenas ver!
Eu queria lamber o chão gosmento!
Queria devorar, e com prazer,
O podre e nojentíssimo alimento!

As lombrigas molhadas, melequentas,
Se mexendo nos vômitos, no piso,
Eram muito gostosas e nojentas:
Abriram minha fome e o meu sorriso!

Devorei as lombrigas com vontade
E o vômito eu bebi sofregamente;
Depois, eu arrotei com liberdade
Satisfeito e também muito contente.

Meu apetite é coisa tão incrível...
Mantenho esse apetite nesse tom!
E, assim, posso dizer de modo audível:
Comer lombriga e vômito é tão bom...



Vi em um blog aí. Amei! ¬_¬
O que mais me assusta (e surpreende até) além da capacidade que os pedreiros que estão aqui em casa me causarem raiva, além de conseguir suportar barulhos de marretadas (que chega a decibeis insuportáveis) e escrever, além do grau de alienação que uma pessoa consegue chegar e da perseverança diante do fracasso, é a consciência racional que um conhecedor e amante da historia pode ter. É como se estivesse em cima de um predio bem alto observando as pessoas e como se dispõem.
Hoje a primeira coisa que observei ao ver minha irmã grávida, pensei no principio de Karl Marx em seu livro "O capital", que diz a priori que o homem acumula pra si o trabalho das elites e também comecei a me indagar sobre essa tal de mobilidade, em uma sociedade democrática, pq é tão dificil chegar ao poder? O mais engraçado é vê-la perguntando o que eu penso, quando estou buscando principios historicos e sociologicos pro fracasso de um só integrante, no caso ela, e como consigo dar só um sorriso de canto de boca.
O motivo da segunda greve no reino Púnico, foi a aprovação da lei Canuléia, onde o plebeu obteve a permissão de casar-se com um membro da elite (patrício), tudo em busca do acumulo de riquezas, onde mais uma vez, as massas iam à luta manipulados pelos interesses elitistas e traídos, como é de costume.
Devaneios tolos a parte somos todos iguais perante as leis escritas.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Sei lá, eu ia continuar a postar páginas do meu livro quando falaram que era melhor eu guardar, então tá tudo no Word. Prefiro deixar isso daqui como a minha vida, uma desordem total, 'entendivel' só por pessoas que fazem parte dela ou por mim. (eu acho o_o')
Vou deixar uma poesia muito foda que Yuri deixou pra mim:

Sylvia Plath - Evento.


Como os elementos se solidificam! —
O luar, este penhasco de giz
Em cuja fenda deitamos

Sem trocar um olhar. Ouço um pio de coruja
Vindo de seu índigo frio.
Vogais intoleráveis assaltam meu coração.

O bebê no berço branco se mexe e ofega,
Abre a boca agora, pedindo.
O rostinho talhado em madeira vermelha de dor.

Aí surgem estrelas — inextirpáveis, duras.
Um toque: arde e aflige.
Não posso ver teus olhos.

Onde a flor da maçã cristaliza a noite
Eu me perco em voltas,
Uma trilha de velhas culpas, funda e amarga.

Aqui o amor não pode chegar.
Uma negra lacuna se entreabre.
No beiço em frente

Uma alma branquinha está acenando, um verme branquinho.
Meus membros também me abandonaram.
Quem nos espedaçou?

O breu agora se funde. Mutilados nos tocamos.